Um pouco de terra, contundente, rígida, com um quê de quem sabe das coisas da vida mesmo antes delas saberem de si.
Um pouco de mato, arisca, suspicaz, observadora, intuitiva, misteriosa, com aquele cheiro de folhas que envolve os sentidos e embriaga a alma.
Um pouco de água. Ah... a água... Envolvente, flexível, sensível, vaidosa, com aquela beleza sensual e materna que nos acolhe.
Um pouco de fim de tarde, encantadora, mágica, inebriante, aquela forma intensa que só o pôr do sol tem, de nos fazer entender as coisas belas da vida e nos encher de forças.
E um pouco de Lua, iluminada e sombria, visível e invisível, ensina todas as coisas e cala em nosso coração os ensinamentos da vida.
Ela envolve, encanta, ensina, abriga, cativa, ela se faz presente dentro de mim, fora de mim...
Ela sabe, ela escuta, ela devolve todos os sentidos, ela é o próprio sentir.
Senhora das possibilidades, de todas as possibilidades!
Transforma, transmuta, figura e desfigura.
Só ela... esse um pouco de terra, um pouco de mato, um pouco de água, de pôr de sol e de lua.
Cada vez mais viva, essa minha senhora...
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