Por outro lado, bem anterior a este, entendo que o Brasil sempre foi um país dividido. sempre houve um Brasil de quem tem privilégios e outro dos alijados de direitos.
Há um Brasil que vive em Miami e vota no PSDB majoritariamente e outro que mora aqui mesmo e sofre os efeitos de quem vive com estes privilégios.
Entre os alijados de direitos está a população negra que, infelizmente, não se encontra representada na bandeira de nenhum partido político, mas ainda assim continua na luta, acompanhando de perto e avaliando com quem conseguirá dialogar sobre suas agendas.
O Brasil que se tingiu de vermelho, é o Brasil que até hoje mais morre de fome no sertão, de extermínio nas periferias, o Brasil que produz muito e não tem recursos pra consumir o que fornece para os altos escalões, o Brasil que literalmente, doa seu sangue para este chão.
O Brasil de azul, vive nas nuvens, diz que paga impostos e não quer arcar com assistencialismos. Assistencialismos? E o tanto que exploram seus trabalhadores/as? O tanto que roubam a dignidade, que escarnecem através de xingamentos racistas, xenófobos, sexistas? No fim, precisa ter um preço pelo seu comodismo e conforto, mas ainda assim crê que ajudar a diminuir as desigualdades é algo ruim ou fora de sua responsabilidade? Alienação é uma coisa estranha.
Sempre houve um país dividido e acho interessante que todas as pessoas comecem a olhar pra isso seriamente e, reconhecendo, poderemos discutir estes preconceitos e intolerâncias.
Para quem está fora do mundo de privilégios, essa divisão sempre foi muito nítida e é bom que seja assim, com as cortinas abertas, olhando o problema.
Talvez assim, em algum momento, essas capitanias hereditárias que chamamos de Brasil, possa ser chamado de Nação.
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