É verdade, seres humanos não vêm com manual de instruções.
Não há bula, nem modelos.
também percebi que nossa existência não é auto-explicativa.
Não basta ser, não mesmo, é preciso que se reafirme isso em palavras.
Em textos, em postagens de facebook, em torpedos na madrugada, e-mails...
É preciso deixar claro a todos/as, a todo tempo, quem somos, como agimos,
E porque agimos de determinada maneira a cada passo da caminhada.
A gente vive uma vida toda construindo uma identidade, sendo alguém, mais ou menos fiel à própria personalidade e, de repente, porque o sol nasceu diferente alguém põe em cheque aquilo que sempre fomos.
É difícil ser igual e é difícil ser diferente também.
Pensando nisso, tento tornar mais fácil a minha co-existência no mundo.
Vou contar algumas coisas sobre mim, tenho certeza que irão me reconhecer.
Acho que irá eliminar algumas dúvidas também.
A primeira coisa a dizer sobre mim é que não sei viver de metades.
Eu amo e odeio intensamente.
Sou de conviver com as mágoas por longo tempo, mas quando esqueço,
esqueço de verdade.
Tudo em mim, vem em pares, alguns, às vezes, contraditórios
Talvez por isso seja mal interpretada.
Um exemplo: eu sou extremamente anti-social
Meus amigos sabem disso.
Sou implicante, não tenho paciência com tolices, tenho preguiça com gente chata ou com gente boazinha demais.
Por outro lado sou muito educada.
a palavra talvez seja diplomática e já fui muito cobrada por ser educada ou diplomática até com quem merecia ser mandado às favas.
Talvez seja culpa da minha rígida educação.
Mamãe e vovó sempre prezaram isso e aos 33 anos fica difícil virar as costas pras referências de minha vida.
Não, nem quero isso! Devo minha educação e minhas bases familiares a elas, minhas referências, meu tudo!
Mas ser anti-social e diplomática, são coisas que geralmente não andam juntas e causam certa confusão.
Eu passei boa parte da vida querendo uma perfeição que não existia.
hoje eu só quero ser eu mesma e defendo isso até o fim.
Às vezes levo desaforo pra casa, mas só me calo por quem eu amo.
Amo poucas pessoas, mas amo de verdade.
Nunca espere que eu lhe telefone constantemente.
Isso é coisa que eu não faço.
Eu até tento mudar se isso for realmente muito importante pra outra pessoa,
Porém não é algo da minha natureza.
Não entenda mal, eu lembro dos amigos sempre, mando mensagens, recados no Facebook,
mas telefone é um limite pra mim.
Pelo menos em tempos de paz.
Porque se estivermos em momentos difíceis, pode contar que eu ligo, apareço,
dou abraço, puxo a orelha, faço rir, choro junto e tudo que for necessário.
Sou filha única, pelo menos, oficialmente...
Portanto, meus amigos são um tesouro pra mim.
São poucos, mas são parte do meu coração.
Mesmo quando sou desatenta, mesmo quando falo demais,
mesmo quando penso de menos.
E uma das coisas que me tira o sono é pensar que posso ter magoado um amigo,
não importa o motivo.
Minha alegria é saber que sou livre.
Vou onde tenho vontade, falo o que penso e me abro a ouvir o que pensam também.
Nem sempre isso é fácil, mas é necessário.
Procuro ser transparente, mas sempre acho que não enxergam isso.
Mesmo os que me conhecem a ponto de verem na minha cara quando tento esconder algo,
Mesmo esses, erram na leitura.
Sim, eu tenho segredos,
Mas não são escandalosos,
São apenas emoções, sentimentos, pensamentos que são importantes apenas pra mim
Coisas que acho que uma pessoa normal não entenderia
Nem meu analista, mas pra ele eu dizia, mesmo que ele não entendesse.
E uma última coisa, das muitas que eu teria pra dizer, mas que não há linhas no mundo que comportem...
apenas mais uma coisa.
Eu acho que é muito difícil ser só.
Mas mesmo no meio de tanta gente, creio que nunca deixei de ser solitária
E isso não é bom, nem ruim, apenas um jeito de experimentar a vida.
com olhos curiosos, às vezes com o coração na mão,
às vezes mergulhando por inteiro.
Mas ainda assim... Uma.
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