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quarta-feira, 19 de março de 2014

Crônicas da Serpente - Violência na Mídia

Fico impressionada como a quantidade de notícias trágicas que a imprensa formal tem escolhido noticiar, enfatizar e que vem, cada vez mais, ratificando uma imagem negativa das cidades, das pessoas, do mundo.

É óbvio que precisamos nos informar e sei tb que o jornalismo sangrento sempre existiu. Mas percebo, a cada dia, o quanto o foco dos jornais e programas de rádio e tv tem sido apenas a maldade humana.

Parece que não existem boas iniciativas, parece que não existem boas pessoas, parece que não há nada de bom no mundo.

Eu passei os últimos cinco dias fora de casa, na Taquara e, todos os dias minha mãe me ligava, me pedindo cuidado, preocupadíssima e com uma notícia diferente de invasões no bairro onde eu estava ou nas proximidades: a atriz Letícia Spiller teve a casa invadida, a polícia invadiu aqui, os bandidos revidaram ali, tragédias e mais tragédias...

Vejam bem, eu não acho que devamos nos alienar, apesar de eu ter escolhido há mais de um ano não assistir tv e acompanhar notícias, séries e afins pela web, escolhendo os canais de informação . Mas, sufocarmo-nos com essas notícias sangrentas só nos deixa mais suspicazes e ansiosos. Não posso me permitir viver em estado de pânico, deixar de viver a cidade real pra assumir essa cidade jornalística. Não dá pra nos abstermos das experiências.

Estava eu lá, feliz da vida, lendo, meditando, cuidando do meu amigo Zimboo e a violência querendo me tragar. Não!

Eu tenho uma família louca que eu amo, procuro me espiritualizar, ajudar as pessoas, ser leal, me abster de confusões. Tenho uma rede de apoio de amigas e amigos que torce uns pelos outros, gente que cai hoje, mas se energiza com o crescimento e vitórias da pessoa do lado. Tenho relações de verdade, com gente que olha no olho, ri, chora e briga junto. Eu não vou engolir o mundo que me vendem, a violência que me vendem.

Prefiro ver com meus olhos e sentir com meu corpo.
Porque essa verdade jornalística está impregnada de um olhar cruel, parcial e que só escamoteia a injustiça.

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