Hoje o dia acordou cinza.
Quem me conhece ou mesmo quem apenas me acompanha aqui no blog sabe o quanto eu amo as minhas mulheres. Minha mãe, minhas tias, primas e minhas amigas irmãs.
Minha família é de mulheres, liderada por mulheres, gerada, administrada e vivida por mulheres. Foram e são elas que me fizeram assim: forte e frágil. A sabedoria que tenho a respeito da vida ( se é que tenho), o otimismo, a tendência pra guerra , meu jeito de falar baixo ( esse especialmente herdei de minha tia mais velha), tudo vem delas e da matriarca maior que foi minha avó Darcilia.
Minha família é de mulheres, liderada por mulheres, gerada, administrada e vivida por mulheres. Foram e são elas que me fizeram assim: forte e frágil. A sabedoria que tenho a respeito da vida ( se é que tenho), o otimismo, a tendência pra guerra , meu jeito de falar baixo ( esse especialmente herdei de minha tia mais velha), tudo vem delas e da matriarca maior que foi minha avó Darcilia.
Hoje está nos faltando um pedaço. Um jeito manso de chegar, um sorriso tímido. Hoje não podemos mais esperar pela " mulher da meia noite", era assim que minha avó a chamava e era assim que a gente sempre lembrava dela. Ela que sempre chegava bem tarde nas festas de família, mesmo qdo a festa era um almoço. O problema era o sol, os afazeres domésticos, a vida... Mas ela sempre chegava, a não ser que alguma dor forte a impedisse. Agora ela não vem mais.
Nas festas, a gente tinha q ficar bem pertinho pra ouvir o q ela dizia, a tia gostava muito de conversar, mas, ela falava baixinho. Tanto que às vezes a gente pedia pra repetir ou então eu, Gilberto e Alberto ficávamos tentando adivinhar depois o que ela havia dito. Mas era boa essa proximidade dos corpos, do coração... Agora não vamos mais.
Eu sempre fui e sou essa pessoa com o pé no mundo, morei longe da família por um tempo, viajo, saio e desde a adolescência que não tinha mais esse costume de ir sempre na casa da tia, mas ela sempre estava presente. Em cada aniversário, cada comemoração em nossa casa que sempre foi a casa de toda a família. E toda festa ela reclamava: " você não vai mais lá em casa, né, Fabi, não quer subir mais o morro!" . E eu me intitulava de descarada e dizia que iria outro dia. Ela ria e brincava comigo, ela sabia que era descaração. Às vezes, poucas vezes, eu surpreendia, mas agora, desculpe, Tia Ciléa, não poderei prometer mais e lamento porque a senhora não está mais aqui.
Tia Ciléa era a irmã mais velha da minha mãe. Ela criou seus filhos sozinha, perdeu um filho muito cedo, num acidente, trabalhou e educou muito bem seus outros filhos e filhas. Tia Ciléa, dona Luci, como a chamávamos jocosamente, era a rainha da sua casa. Pessoa doce e forte, como todas as mulheres da minha família. Teimosa que só, arteira que só... Coisas do sangue de Alfredinho, meu avô e do temperamento de Darcilia.
Hoje, eu sou solidária a dor das minhas primas e primos: Aldinha, Eli,Elias e Minda, os filhos dela, além de Leonardo, que ela criou como se fosse dela. E tb dos netos, minha prima Elisangela, Binho, do Pim Pim e da Rosinha, estes dois últimos são crianças e talvez não compreendam.
A tia teve a felicidade de conhecer e ver a primeira bisneta completar um ano e estou certa que a pequena saberá o qto isso foi importante pra ela.
Eu, como sobrinha, tb sofro, pq mais do que uma tia, ela tb foi exemplo e fonte de conhecimento. Referência de como vencer as dificuldades da vida tendo só amor, a família e a si mesma.
Hoje, eu apenas agradeço por ela ter feito parte da minha vida e dou um até depois.
Hoje, eu apenas agradeço por ela ter feito parte da minha vida e dou um até depois.
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