As palavras me cercam.
Eu ouço coisas, penso coisas, vejo coisas;
As palavras dançam em minha mente
e fazem música em minh'alma.
Há coisas que escrevo que nem sei se sou eu quem diz.
As palavras são autônomas e me dão autonomia.
Um dia elas resolvem, se juntam,
quase sem que eu queira, e transbordam.
Elas transbordam de mim,
Em mim...
São tantas emoções sentidas que,
quando transmutadas,
As palavras precisam passear pelo corpo,
Não cabem só no peito.
Essas emoções, agora "apalavradas",
Giram loucas.
Dentro, fora e através
Até chegar às mãos,
Contagiar a garganta, os olhos, o coração.
Não sei em que medida as tenho,
Certamente elas me têm;
Sim, as palavras!
As ditas e não ditas, as malditas e benditas.
Elas escorrem, passeiam,
navegam num rio só de palavras.
Contornando sentimentos e sensações.
Meu mais antigo vício,
meu amor correspondido que não necessita de promessas, nem cobranças.
Ser amiga/amante das palavras é ser aliada daquela que chega antes,
que nos inscreve e nos escreve no tempo e espaço.
Neste mundo que nos marca desde que nascemos
com letras e símbolos.
Mundo onde temos nome e no qual somos sujeitos falantes.
Marcados por oralidade e escrita.
Palavra proferida é pura magia!
Minha eterna mestra, me fez discípula.
E eu, escudeira obediente, rendo-me aos seus desígnios.
Sigo escrevendo para acalmar a inquietude.
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