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quinta-feira, 17 de outubro de 2013

Vida

Há uma vida por aí cuja estrada não é feita de flores, nem mesmo de tijolos amarelos.
Uma vida cheia de estradas sinuosas, com declives, derrapagens.
Onde a terra nem sempre é firme, ora caminhamos em terra fofa, ora em terreno árido e seco.

Há uma vida por aí onde nem todas as casas são seguras, nem todas as pessoas confiáveis
E onde até o melhor amigo, o companheiro, o fiel da balança pode e, certamente, irá te decepcionar.
Há uma vida de erros, estradas sem volta, palavras cortantes, emoções flutuantes.
E como seria se não fosse a vida?
Se não houvesse os sobressaltos, os choros, as dores, os suspiros abafados e as palavras embargadas.

Como seria uma vida estática, engessada, normalzinha, de felicidade burocrática?
Sim, felicidade burocrática!
Aquela que todos dizemos sonhar
Felicidade de quem apenas paga as contas mensais em dia, que tem alguém do lado, que nem sempre está a seu lado de fato.
Felicidade de quem têm a vida certinha e um vazio enorme no peito.

Às vezes a vida “pega pesado”.
Tem dias que dói mais do que achamos poder suportar.
Tem dias que são rios e rios de lágrimas
Mas também há dias em que um raio de sol (ou de lua), seca tudo. Cura tudo!

E renascer das cinzas, restituir-se como Ísis, é tarefa pra poucas.
Reformar-se, fazendo da cinza e do barro sua matéria prima.
Dando liga com água e ar.
Um trabalho dolorido, necessário.
Caminho do crescimento, estrada da Deusa para as deusas que somos.
Com poder de criar e recriar-se.

Vida, vida...
Amarga tutora para delicadas aprendizes que somos.
Mas somos vivas, pulsamos vida.
E até a última gota de sangue nos refazemos.

Assim sou e assim és.

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