E no meio do Caos eu ouço uma voz...
Não é doce, a princípio, nem tampouco acolhedora.
É um aviso, um cuidado, um alerta.
Do seu jeito contundente e objetivo Ela se mostra e me
mostra o caminho.
O Caos, esse princípio dinâmico que mobiliza, inquieta,
agita, se transforma em sinal.
E olhando pra Ela, seguindo sua trilha, absorvendo
informações, caminhando, caminhando, caminhando... Numa estrada estreita e reta, como sua flecha, encontrei pessoas, recebi afagos, encontrei mãos, colos,
sorrisos, puxões de orelha, presenças fortes, fixas, amigas, irmãs, que me
fizeram segura.
Dois meses!!!
Foi o tempo cronológico que tive para me preparar
materialmente para este novo Encontro.
Mas, com o coração, eu digo que levei uma vida inteira para
conseguir me abandonar assim. Especialmente, 6 anos e 8 meses para compreender
as nuances dessa força que me toma e a forma como Ela age. Para não me
desesperar (ou sofrer de desespero controlado), para deixá-la agir, para confiar,
para realmente sentir que não sou só.
Foram muitos milagres, muito boas surpresas, muitas lágrimas
de dor e de felicidade e todas as emoções marcadas com a presença D’Ela, toda
orientação necessária, reflexão, avaliação, todo “carão” e algumas perdas também.
E assim se fez.
Com a ajuda de Iyemoja e Sango que, literalmente, me levaram
até a porta deste Encontro; de Esu que me guiou do Caos à Ordem, agradeço a Osun e Logun Edé que fizeram meu caminho mais
leve, de Ogun e Omolu que foram minha força, minha sustentação e meu alento; de
Osalá e Osagiyan que sabiamente mostraram que o caminho era o correto e que
bastava trilhá-lo, a Iroco, meu velho, que sustenta meu corpo e me dá raízes. Osumare e Nanã que trazem o antigo, o novo e as transformações e,
finalmente, de Odé, meu Rei, que não me abandona jamais e mostra, sempre, que
saber de onde venho e do que sou feita, é o suficiente para ir adiante.
E deste Encontro, só tenho a agradecer.
Agradeço às mãos que acolheram, que me banharam, que secaram
meu rosto e minhas lágrimas, agradeço ao colo onde encostei a cabeça, agradeço
a voz que entoou cantigas, agradeço as bocas que responderam a estas mesmas
cantigas, ao irmãos, aos amigos, à
família, que fizeram sacrifícios para estar presente neste momento de diversas
maneiras.
Agradeço aos elementos que me purificaram e também a
presença do calor, ao suor que fez lembrar que sou feita d’água, a terra que
esteve debaixo dos meus pés, as folhas que me acalmaram, ao ar que me deu vida,
ao alimento que me deu forças e também as mãos que o encantaram para que força
eu tivesse.
Agradeço aos que, de coração, testemunharam este momento com
sua presença, emprestando seu tempo, seus olhos, seu carinho e amizade e, assim
agradeço a todos e todas.
Este Encontro foi possível através da reunião de todos estes
milagres encadeados, a fé, a entrega, a amizade, lealdade e amor, meu, dos
Orisás e de vocês, que posso chamar de família.
Olorun Modupé!
7 comentários:
Eu te agradeço por me permitir fazer parte disso.
Onde for, a qualquer tempo, lá eu estarei.
Asé, minha irmã! Que Elas permitam que nossas almas estejam sempre juntas e os corações também.
Nós que agradecemos a você por ser exemplo de fé e resignação.
Força e que venham os 7 anos :)
Foi lindo, e sempre será.
Belíssimo texto, Nany. Que a Senhora das Possibilidades te guie sempre nos melhores caminhos. Que a água e a caça jamais te faltem.
Obrigada pelos comentários, pelo carinho e pela acolhida, eu sou muito grata por ter amigos.
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