Hoje fui brindada com uma entrevista de Laerte falando sobre o feminismo e cuidando, exatamente, do porquê Laerte poderia falar sobre esse tema, mesmo tendo nascido biologicamente como homem.
Em determinado momento do texto, o autor sublinha que o movimento de mulheres negras, assim como o de mulheres trans, não tem sido adequadamente acolhidos ou compreendidos dentro do feminismo e isto me levou a pensar e a postar a seguinte consideração sobre isto:
Sabe uma coisa bem interessante, foi o autor ter destacado o movimento de mulheres negras e de mulheres trans à parte da temática do feminismo, porque de fato são pautas que se encontram, porém, na maior parte do tempo são distintas. Com relação a questão do "feminismo" da mulher negra. Afirmo não ser feminista, ser feminista tem relação com levantar bandeiras dos direitos da fêmea, isto falando strictu senso, porém a mulher negra não consegue falar as suas lutas sem associar a questão do racismo que incide sobre nós. Eu gosto mais do termo "African womanism", que não tem uma tradução ao pé da letra, mas trata do cuidado das mulheres negras por/para mulheres negras. Fala de família, fraternidade, construção e manutenção de laços que nos sustentem na vida, diante da dupla vulnerabilidade experimentada pelo racismo e pelo sexismo. Enfim, acho que a questão do feminino _ e não do feminismo_ tem diversas nuances que estão em construção. Espero que nossas pautas, das mulheres negras e também das mulheres trans, faça parte dessa construção.
A entrevista completa, você encontra aqui:Laerte fala sobre o feminismo.
Até o próximo post!
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